quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Água. Dor. Só(l)

A chuva está agora a cair
E eu estou aqui
Sentada
Sozinha
Lembro-me de tudo o que passou
Tudo o que não volta mais
As águas que lá fora correm
Correm também aqui no meu rosto
Lágrimas que caem dos olhos
Recordam tudo o que passou
Água;
Corrente
Lava esta tristeza e a leva embora daqui..
Secam-se as lágrimas
Abre o sol
Mas a dor,
Parece nunca ter fim.


Raissa Guida

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Orfeurídice

Eurídice,
Tão cobra quanto a cobra que lhe causou a morte.
Cobra,
Que foge e que morde
Que mata e morre
Que vai para as trevas.
Orfeu,
Que canta e encanta
Que os males espanta
Que assim chega às trevas.
Tentou salvar seu amor,
À Eurídice seu canto destinou.
Foi proibido de olhar para trás,
(Ver seu anjo, seu amor, sua mulher)
Enquanto das trevas não saísse.
Não resistiu,
Olhou,
Eurídice então evaporou.
Orfeu, não chore
Apenas cante,
Cante...
Destinos cruzados,
Amores destinados,
Um triste fim.


Raissa Guida

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Ordem cronológica

Música ouvida
Palavra repetida
Amizade conseguida
Aula perdida
Tentação sofrida
Paixão perseguida
Dor sentida
Coisas da vida.

sábado, 2 de outubro de 2010

Reflexão do dia

Acredite que hoje pode ser melhor do que ontem, e amanhã pior do que hoje.
Então faça hoje tudo o que tem que fazer!

Já estou indo!

Beijos,
Tchau

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

VIDA

Bem, aqui estou eu
Mais uma vez
Caneta e papel
Sonhos,pesadelos
Verdades e mentiras
Se concretizam neste momento.
(Quando penso.)
Quando escrevo
É como se.. todo um filme de minha vida
Roubasse meu momento.
E ele passa agora em minha mente..
Lembro de amores que vieram e se foram
De momentos que gostaria que voltassem
De dores que gostaria de esquecer.
Lembro também das brincadeiras de infância
Que já não podem voltar
Alegrias pequenas,
Um abraço apertado, daqueles que já se foram
Um beijo roubado,
Uma fantasia real.
Tento não esquecer de minha primeira palavra no papel
Mas me lembro que já não me lembro mais.
Vida..
Levando e trazendo tudo o que amamos -e odiamos-..
Vida..
Como um vento que sopra e leva a poeira embora
Leva também, as boas lembranças..


Raissa Guida

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Complexo Adeus

Enfim aqui estou eu,
Jogada no mais infinito vazio
Esgotada e aos prantos.
A dor que acolhe minha alma
Me angustia e me acalma
Me irrita e apazigua
E eu já não sei se a quero mais.
Vá embora!
Grito como uma fera,
Tiro o espinho de dentro de mim.
E agora, rosa.
Rosa sem espinhos.
Flor que cheiro,
Que sinto,
Que amo.
Complexo?
Adeus.


Raissa Guida

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A mar

O poeta se apaixonou.
Não pela bela menina,
Não pela encantadora mulher.
Apaixonou-se pelo mar,
Pela água em si.
E foi amor a primeira vista.
Viu, com toda sua sensibilidade,
Que a água era o reflexo de tudo o que ele conhecia.
E, com toda sua sabedoria,
Apenas apreciou.
Em silêncio.
Um silêncio profundo..
Jamais contou sua paixão a alguém,
Para que não lhe roubassem.
E todos os dias apreciou sua bela.
Morreu.
A água não, o poeta.
Estava doente.
Atirou-se ao mar,
Por amor.
No fim da vida
Entregou-se aos braços da amada.
E agora,
Descansa em paz.

Raissa Guida

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Nos "recém-tempos"

Abri os olhos, enxerguei o mundo pela primeira vez, chorei.
O sangue ainda estava em minha cabeça, e gentilmente fui levada para o meu primeiro banho, que delícia!
Me acalmei.
Agora estava recolhida nos braços de minha mãe que me olhava com admiração, apreciava sua criação e a mostrava para os que ali estavam com muito amor.
Estava perplexa com tudo aquilo, sorri. O sorriso mais doce e puro que uma criança pode dar, o sorriso que não tem dentes, não tem som, não tem aparência, um sorriso com o coração. Uma felicidade.
Depois fiquei cansada. Fechei os olhos, dormi.
Nunca mais voltou esse dia. Mas como eu queria..
O recém-nascido é tão puro, tão sem malícias, inocente como só.
Sorri com a alma e chora somente com o que realmente lhe encomoda.
São apreciados, admirados, acariciados, amados.
E só aceitam.
Mas como eu queria..

Raissa Guida

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Até onde vai o medo?

Até onde vai o medo?


Medos são coisas engraçadas.
Crianças sentem medo de escuro, bicho-papão e bruxas
Mas logo crescem.
E então sentem medo da escola, da aceitação
Quando passam dessa fase é hora de outro medo
O tão temido vestibular!
E mais um período de adaptação;
Agora o da faculdade, ter de fazer amigos novos, ser aceito mais uma vez..
Como se não bastassem todos esses medos, agora vem um dos mais temidos:
Será que vou arrumar um emprego do jeito que quero, ganhando quanto quero e trabalhando como quero?
Às vezes sim.. Às vezes não..
Superamos todos eles
Todos esses medos chatos e que se tornam cômicos depois
E agora?
É.. O medo da morte!
Nada cômico por sinal..
É a incerteza mais incerta (me desculpem os gramáticos de plantão) que pode existir.
O que vem depois daqui? Depois dessa vida terrena?
Será que ainda enfrentaremos mais medos?
Será que ficarão ainda mais difíceis de suportar esses terríveis que nos rodeiam?
MEDO!
Ter medo faz parte da vida, e da morte..
QUE MEDO!


Raissa Guida

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Tão escuro

Tão escuro

O céu já não está tão azul quanto antes,
Agora caiu a noite.
Está tão escuro lá fora...
Apenas as estrelas iluminam os passos dos que ainda caminham pelas ruas.
A Lua hoje não apareceu,
Vai ver brigou com o mundo,
Vai ver nos esqueceu.
Está tão escuro lá fora...
O Sol já não brilha mais,
A noite é fria, de inverno,
O Sol já não aquece mais.
Está tão escuro aqui...
Esse breu dentro de mim
Junta-se ao breu de fora daqui
Breu.. Breu.. Breu..
Está tudo tão escuro ultimamente..


Raissa Guida

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Viva o feminismo!

Viva o feminismo!

Mundo machista esse aonde frases como: "mulher no volante perigo constante" ainda são ouvidas constantemente, mesmo que com tom de brincadeira.
Mundo machista esse aonde ainda existem pessoas dizendo que é muito melhor ter um filho homem porque dá "menos trabalho"
Mundo machista esse aonde ainda existem empregos em que homens continuam ganhando mais do que as mulheres, mesmo exercendo o mesmo cargo, da mesma empresa. E mais: aonde mulheres são menos contratadas pelo simples fato de poderem ficar grávidas e terem de tirar licença remunerada.
As mulheres vem lutando durante todo esse tempo para se igualarem aos homens, mas mal sabem elas que na verdade são muitas vezes até melhores do que eles! Engravidamos sim, mas carregamos em nossas barrigas um filho que um homem teve de fazer também! Homens como donos de empresas que insistem em não contratar mulheres.
Coisa ultrapassada isso de machismo..
Vamos a luta mulheres! Sejamos MUITO feministas! Acima de tudo, sejamos femininas! Vamos ao salão toda semana sim, vamos usar as roupas que quisermos, do jeito que quisermos, e mesmo assim não nos permitamos deixar de trabalhar em uma obra, se assim desejarmos!
Não é preciso vestir jeans largos e galochas para ser pedreiro, isso é coisa de homem, e já disse: Não precisamos ser iguais a eles!
Só não deixe de usar uma luvinha, para não quebrar as unhas feitas no salão!
Homem gosta de mulher feminina, mulheres se sentem melhor quando são femininas! Então o sejamos! Só não nos deixemos continuar sendo diminuidas, porque nós merecemos ser valorizadas, muito mesmo! Quero ver um homem trabalhar 8, 10, 12 horas em cima de um salto 15, como muitas das mulheres fazem.. Pago pra ver!
Se valorizem, sempre, e grite para todos ouvirem: Viva o feminismo!

Raissa Guida

terça-feira, 29 de junho de 2010

Esconderijo da vergonha

Esconderijo da vergonha

É divertido ver como a maioria das pessoas fica encabulada ao conversar com outra no primeiro encontro. A falta de assuntos é corriqueira, e a falta de criatividade para inventa-los naquele momento preciso é fato comum.
No entanto quando vejo esses "chats online" fico surpresa ao ver como a conversa parece fluir naturalmente. Pessoas que não se conhecem, nunca se viram na vida, e parecem ser amigas de anos!
A internet é um bem precioso quando o que se quer é iniciar uma conversa com uma pessoa desconhecida. Acho que por não existir o contato físico e/ou visual nesse meio de comunicação, ficamos mais a vontade para falar sobre tudo.
O que se conclui é que o ser humano de fato tem receio da reação do outro, principalmente se desconhecido. Dessa forma, falando sem contato, parece ficar mais fácil consertar algo dito anteriormente e que o outro não gostou ou não engoliu muito bem, porque ficamos menos nervosos, ou simplesmente podemos esconder isso por de trás da telinha do computador.

Raissa Guida

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O espetáculo da vida

O espetáculo da vida

Há quem acredite que nasçamos pré destinados, que tenhamos um livro já escrito antes de nosso primeiro contato com o mundo e que não o possamos ler devido ao fato de que iríamos querer mudar o que ali diz. É como uma biblioteca enorme, com romances, tragédias, comédias, na qual apenas o escritor tem acesso as publicações nela contidas. E se não podemos ler o livro que nos diz respeito, jamais saberemos o que acontecerá no segundo seguinte a tantos planos que costumamos fazer. Combinamos de ir à praia, e chove, de ir ao cinema, e acabam os ingressos da sessão. Sonhamos, muito, com o nosso salário mais alto, com a promoção no emprego, com príncipes e princesas encantados que parecem nunca vir. A cada dia que passa, conhecemos mais e mais pessoas, e jamais imaginamos que o nosso amigo de bar pode ser o nosso próximo chefe e o colega de classe, nosso futuro marido. Vivemos e convivemos com as pessoas sem ao menos poder ler a introdução ou o índice de seus livros. Conhecemo-nas no convívio diário, entre a primeira palavra e o convite de casamento parece que foram apenas alguns beijos. Rimos, choramos, brincamos, caímos, erguemos e assim vivemos. O amanhã é sigiloso e só se desvenda no momento em que acontece. Podemos planejar, como muitas vezes o fazemos, mas se não estiver escrito em nosso livro que aquilo é o certo, de fato não acontecerá. Não adianta querermos, "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios", e de fato no momento o improviso é sempre a solução. Somos todos protagonistas deste brilhante espetáculo que é a vida, e devemos fazer dele o melhor possível. Mesmo que não possamos saber se conseguiremos de fato um salário mais alto, devemos lutar a favor dele, devemos amar, devemos nos jogar de braços abertos no mundo, pular do penhasco sem medo. E no fim, quando as cortinas se fecharem, aqueles que conosco conviveram, aplaudirão de pé o livro de nossas vidas.

Raissa Guida

O momento de agora

Baseado em "Hoje não escrevo" de Carlos Drummond de Andrade e "Sobre a Escrita..." de Clarice Lispector.

O momento de agora

Abro o dicionário na primeira página da letra A, por ali meus olhos correm na intenção de achar uma palavra que me inspire a escrever uma primeira linha de meu novo texto.
Viro a folha e decorro todo o pequeno livro que por vezes me ensinou palavras que jamais ouvira falar. E por um instante me vem a cabeça que escrever não é apenas juntar letras e formar frases que para você ou para mim façam sentido. É muito mais que isso.
A escrita precisa de emoção, para escrever necessitamos de uma trilha sonora que não pode ser ouvida pelo leitor, pelo menos não da forma especialmente como o autor ouve. Cada um que ler o texto interpretará de uma forma, escutará uma música. Precisamos também detalhar o cenário, os personagens e suas roupas, e por mais detalhada que seja a descrição, sempre haverá alguém para ver (ou ler) de forma diferenciada a sua.
Penso por isso que escrever seja uma das tarefas mais complicadas ao homem, pois por mais que se coloquem palavras no papel, sempre parece que está faltando algo (ou simplesmente que poderíamos usar outras palavras). Darei como exemplo de tarefas "facilitadas" o teatro, ou o cinema que tem a imagem, que tem trilha sonora, e pode utilizar de vários outros recursos para que seu espectador o entenda, além de simplas palavras.
A minha ideia de hoje é esta, provavelmente incompreensível ao leitor que não conhece o meu tipo de escrita, mas perfeitamente descritível ao meu momento de agora.

Raissa Guida