terça-feira, 6 de setembro de 2011

“Carta de Apresentação”

Prezado senhor, E se um dia a gente acordasse e resolvesse girar o mundo de cabeça para baixo? Meu nome é Raissa, tenho 19 anos, faço Comunicação Social na PUC. O português é minha língua nativa, sendo assim, sempre me senti na obrigação de falar e escrever fluentemente esta língua. Tenho noções intermediárias de inglês, básicas de espanhol. Um curso de design gráfico, um workshop de moda facilitado por Alexandra Farah, colunista da revista Vogue. Fui criada por uma escorpiana, sub-corregedora do Ministério Público aos 47 anos, garanto que para chegar até aí, é preciso muito esforço, responsabilidade, comprometimento. Valores que me foram passados desde que me entendo por gente. Bom gosto? Bem, considerando que as pessoas mais valiosas da minha vida me garantem que eu o tenho, não sou eu que vou dizer o contrário. E aí eu me deparo com a exigência de “ler o mundo”. Afinal, o que esta especialidade me exige? Existe algum curso que me ensine isto? Alguém que me ensine? Será que isto é uma especialidade natural? Sinto que é uma necessidade básica do ser, mas que ainda está quase que travada dentro de mim. É o que procuro aqui, ali, acolá. É o que tem me movido diariamente, um combustível que não me deixa cansar de viver. Eu amo as pessoas, suas verdades, suas mentiras. Amo o barulho do mar, o cheiro do ar, a brisa do vento. Venero a beleza de Paris, meu sonho de infância, ainda não realizado. Gosto de ver as crianças e seus olhares puros que chegam a me dar alegria de viver. Curto as luzes de Nova Iorque, a emoção da Disney, o colorido de La Boca. Arregala-me os olhos ver um casal de velhinhos que ainda se amam, um casal não separado, uma flor brotando no jardim. No fim, tudo parece bonito, mas será mesmo que é assim? O que me encanta na arte é a capacidade de ser bela mesmo sendo grotesca, de encantar sem hesitar, de poder ser admirada por quem a produz e por quem a lê. Sei me relacionar com o ser-humano. O entendo e é simples assim. Volto ainda na minha matriarca, que certa vez me disse que eu deveria ser psicóloga, e jamais me incentivou a fazer direito, por entender o homem como ele é, e não como deveria ser. Quem tem a capacidade de entender o consumidor final, tem, ao mesmo tempo, a capacidade de criar tudo aquilo que ele deseja. Uma pitada de criatividade, um pouquinho de atenção, muitos e muitos consolos dados, ouvir mais do que falar, respeitar mesmo que não agrade. Isto é o que eu sei. Nunca fui boa em matemática, história, química ou geografia. O meu natural é a capacidade de amar, de doar, de criar e de ser. E é o que eu quero passar, o que quero realmente apresentar a esta empresa e ao mundo. Nem todos temos a facilidade do estudo fundamental. Mas o que será mesmo que é fundamental? Para mim, aprender a somar 1 mais 2 é muito menos importante do que ensinar uma criança a amar. Quero ser diretora de arte, fazer design, pintar e bordar. Quero mostrar pro outro que a arte é a mais pura forma de demonstrar sentimentos, de entender, de explicar. Quero me relacionar com o mundo, abraça-lo, entende-lo, para ele criar. E é isso o que procuro aqui.
Raissa Guida
(Exercício realizado em sala de aula para o professor Luiz Favilla - professortexto.blogspot.com)

Um comentário:

  1. Fiquei tão feliz quando vi essa página... Me provou q minha intuição quanto às pessoas ainda funciona. É incrível perceber que em pouco tempo e com o pouco contato que tivemos, consegui enxergar um pouquinho de vc... E vc é linda mesmo! Um rostinho de boneca, um coração de princesa e uma mente de mulher... Mulher que pensa, que almeja o crescimento e que consegue observar o melhor das pessoas. Minha torcida é para que você não perca nunca essa mistura: o olhar crítico e a inocência que só a têm, aqueles que preferem ver o mundo sob a ótica do amor.

    Um beijo grande e parabéns!
    Amei seu blog!

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